26 de março de 2012

FRANCISCO SOTTOMAYOR EM MINI - VILA DO CONDE
A HISTÓRIA CONTADA PELO PRÓPRIO "SIR THOMAS"

Por ter sido desafiado pelos amigos, pilotos como Clemente Ribeiro da Silva, Álvaro Parente, Joaquim Moutinho, e outras gentes do meio com quem partilhava horas diárias de interesse pelas corridas de automóveis,”preparei” (entenda-se ferros de protecção, corta corrente e amortecedores) o Mini de minha mãe.
Até aqui tudo parecia normal, mas a diferença é que a dona não teve conhecimento, tudo foi feito á revelia, e da noite para o dia. Quando no fim dos treinos tinha a “pole” destacada, o assunto tornou-se bem mais difícil de esconder.


Era evidente que a única razão que proporcionou tal feito foi o facto de pilotos, concorrentes conceituados, como Joaquim Moutinho, Meireles Costa ou António Ruão, não estarem tão “calhados” com a máquina que então eu “pilotava” todos os dias.
Na segunda volta, e depois de já ter levado um “empurrão” no jardim do segundo classificado, Joaquim Moutinho, falhei o equilíbrio na travagem do fim da recta, Praia Azul, e fiquei virado para trás em cima de um fardo. A inexperiência em prova era maior que o habito de andar no Mini.



Mas a história soube-se e toda a gente comentava, a dona do caro não tardou em saber que o carro em que eu a levava a missa, já tinha andado a frente em Vila do Conde.
Depois de algumas ameaças e outras tantas represálias, fui persuadido a comprar o carro e assumir as responsabilidades.


O ano de 1977 trouxe então como se sabe o verdadeiro Troféu Mini, e, que eu saiba, fiz a pela 1ª vez em Portugal, uma inscrição utilizando o pseudónimo de “Sir Thomas”, que era ao mesmo tempo o patrocinador principal.
Depois de várias vicissitudes e trocas de carro, até um Mini 1000 eu tive com motor de 1100, e de origem (revolucionários anos estes de 1975), voltei a adquirir o mesmo carro com que tinha feito Vila do Conde 76.
Estas fotos que envio são o resultado de não ter querido parar aquando o ”brilharete” do ano anterior.


Na quarta volta, em quarto lugar, na mesma fatídica curva de sempre, alguém a minha frente tira os fardos do sítio. No limite da curva e/ou do carro, a pista não chega e as cambalhotas começam.





O Mini foi para a sucata, e as minhas corridas para a prateleira durante muitos anos.

Melhores cumprimentos,
Francisco Sottomayor

3 de março de 2012

Entrevista a JOSÉ MARIA DE URIARTE

Publicada na revista Topos & Clássicos em 2006
As fotos apresentadas são da ccoleção de José de Uriarte ou recolhidas por JMF


T&C – Chegaste a Portugal em 1972 muito bem equipado com um Ford Escort Broadspeed. Quando foi que te iniciaste nas competições e com que carros correste?
JMU – A minha primeira competição foram as 4 de Horas de Jarama em 1971. Corri com um Ford Escort TC, um carro muito pouco competitivo, mas bom para início de carreira. Depois e ainda com o mesmo carro, corri em Montjuich (Barcelona). Nessa prova, Javier Juncadella chocou comigo, com o seu Alfa GTAm, e a minha corrida ficou por aí…




T&C – Que circuitos se faziam em Espanha nos anos 70? Havia Jarama, Montjuich, Alcañiz…
JMU – Nos anos 70 corríamos nos circuitos de Jarama, Montjuich e Alcañiz. Depois construiu-se o Circuito de Calafat. Por esta razão faziam-se provas para o Campeonato Espanhol de Turismos entre Espanha, Portugal (Circuitos de Vila Real e Estoril) e França (Circuitos de Albi e Nogaro). Disputava-se também um Campeonato Ibérico de Turismos…








T&C – Como é que surgiu a hipótese de vires correr a Portugal tão frequentemente nessa altura? Aliás o teu Escort era, pelo menos aparentemente, praticamente novo…
JMU – Como já disse, as provas portuguesas faziam parte do campeonato. O Meu Escort fez toda a temporada de 72 e a corrida que ganhei no Estoril (T&C: o GP do ACP) foi a última da temporada e a minha última prova com esse carro. Cada ano tinha um carro novo pois precisava estar competitivo a 100 % para poder andar na frente e competir com as equipas de fábrica (BMW, Ford e Alfa Romeo).





T&C – Recordas-te da tua vitória no GP ACP de 1972 no Estoril? A luta que travaste com Barrios, Pinhol e o BMW de Cabral? Essa foi a tua única vitória em Portugal…
JMU – Tenho excelentes recordações dessa prova pois foi a minha primeira vitória em competições. Barrios era o meu grande rival por ter muito mais experiência do que eu em corridas. Nessa prova tive no final uma grande luta com o BMW 2800 do Nicha Cabral, que era mais potente do que o meu Escort Broadspeed.









T&C – Qual foi a tua melhor corrida em Portugal? Que memórias tens de Vila Real?
JMU – A minha melhor corrida foi a do Estoril em 72 quando ganhei. Do Circuito de Vila Real tenho grandes recordações, principalmente do ano de 73 com o Escort, já que nesse ano andei muito rápido e numa permanente luta taco-a-taco com o Escort do Rafael Barrios.




T&C – E quem te patrocinava (os teus carros aparentemente nunca tinham patrocinadores)? Ou eras tu que pagavas as contas?
JMU – Eu nunca tive patrocinadores, pois naquela altura tinha vergonha de pedir dinheiro para corridas. Hoje sei que fiz muito mal em ter essa atitude pois um indivíduo com o seu próprio dinheiro, mesmo que tenha muito, só pode correr algumas épocas. As corridas de automóveis são o desporto mais caro que existe!



T&C – E em Angola? Concerteza passaste grandes momentos correndo nesse país africano de língua portuguesa. Até ganhaste a Temporada Angolana de 73…
JMU – Angola foi uma estupenda experiência na minha carreira profissional e foi onde aprendi a correr em Sport-Protótipos. As corridas foram muito competitivas e de facto ganhei a Temporada internacional graças à soma de pontos, e por ter terminado as 3 corridas. Gostei bastante dos 3 circuitos utilizados, cada um com as suas características e um ambiente de público muito agradável. A minha impressão sobre a Angola dessa época continua a ser óptima, não só por causa das corridas que disputei, que foram extraordinárias, mas especialmente devido às pessoas que por lá encontrei e à forma calorosa como sempre me trataram. Um ambiente inesquecível…
Foi com grande pena minha que não pude voltar em 1974…




T&C – Nessa Temporada Internacional Angolana de 73 estavam presentes pilotos muito conhecidos, como Roger Heavens, o teu companheiro Roy Johnson, Ray Fallo, John Rowe, Tony Birchenough, Ian Harrower, Mário Cabral, António Peixinho, Andrew Fletcher, etc.
Quem eram para ti os melhores, entre os teus adversários?
JMU – “Nicha” Cabral e António Peixinho eram do melhor que havia na altura em Portugal como pilotos. Entre os estrangeiros estavam por exemplo o Ray Fallo, rápido mas pouco constante com o seu novo Lola, assim como o Roger Heavens, um grande amigo meu e o Andrew Fletcher outro piloto com muito nome em Inglaterra…




T&C – Como é que foi conseguida a vitória na Temporada Internacional?
JMU – A prova de Luanda correu bem. Consegui o 2º lugar, depois de ter andado muito tempo no comando.
Nas 6 Horas de Nova Lisboa, estivemos parados quase uma hora com uma avaria! Mas decidi continuar na corrida e os pontos conquistados com essa decisão fizeram com que mais tarde ganhasse o campeonato.
Também nos 500 km de Benguela tive as minhas aventuras, classificando dois carros, o meu Chevron B21 e o Scorpion de Alan Stubbs. Saí para a corrida com o Scorpion mas o carro avariou ao fim de algumas voltas (motor e caixa); Fui a correr para a boxe e entrei para o Chevron (até arranquei com o carro montado no macaco por falta de embraiagem!) de Roy Johnson com o qual corri nas últimas duas horas sem embraiagem!
Umas corridas cheias de peripécias inesquecíveis.



T&C – Uma das tuas melhores corridas foi sem dúvida as 24 horas de Spa em 1973. Fazias equipa com outros 2 grandes pilotos espanhóis, Zapico e Barrios. Eram os 3 bons amigos? Quem era o melhor dos 3 na tua opinião? Onde estão hoje Rafael Barrios e Emílio Zapico?
JMU – É verdade, essa prova de SPA disputada à chuva foi uma das minhas melhores corridas, mas não terminamos a prova, pois desistimos quando faltavam apenas 4 horas para o final (motor de arranque) e íamos em 3ºs da Geral !!!
Zapico, Barrios e eu éramos muito bons amigos, mas claro que em competição tudo era diferente! Posso dizer que o mais rápido e com maior experiência era Zapico, que tinha aliás um estilo de condução idêntico ao meu. Barrios era mais espectacular. Mas nessa corrida de SPA fui em quem fez o melhor tempo entre os carros de 2 Litros, e no piso molhado durante a noite, chegamos a estar em 3ºs da geral, e a rodar mais rápido do que os Ford Capri RS e BMW 3.0 oficiais!! Zapico sentiu-se indisposto no Sábado logo depois de iniciar a corrida e Barrios e eu tivemos que guiar toda a noite até pararmos na manhã de Domingo! Zapico infelizmente morreu num acidente de estrada há alguns anos e Barrios tem os seus negócios em Espanha.





T&C – Vocês eram de uma nova geração de pilotos espanhóis. Como era a vossa relação com os mais velhos e famosos como Soler Roig ou Bragation? Os mais velhos ajudavam-vos?
JMU – A nossa relação com esses pilotos era muito boa e ajudavam-nos sempre num plano de camaradagem e como profissionais que eram. Quando Alex Soler Roig se retirou, realizando a sua última corrida em Montjuich – 1972, eu fui segundo atrás dele com o meu Escort. Tive também uma boa amizade com o Javier Juncadella e o Jorge de Bragation.
Há que referir que naquela época, em geral todos os pilotos de todos os países eram companheiros e entre todos havia uma boa amizade e camaradagem nos circuitos. Isto, creio que hoje se perdeu um pouco. Eu corri dois campeonatos da Europa de Turismos e também em Sport-Prototipos, junto aos melhores pilotos de Formula 1: Niki Lauda, Jackie Stewart, Emerson Fittipaldi, Jacky Ickx, Derek Bell, etc.
Este facto nunca mais se repetiria nos anos seguintes.



T&C – Tinhas fama de conduzir bem com chuva. Dizem mesmo que eras, nessas condições, um dos melhores. É verdade?
JMU – Tinha uma grande amizade com Emerson Fittipaldi e ele ensinou-me muitas coisas sobre os circuitos, a condução, a técnica, etc. E não sei porquê, mas sempre gostei da condução no molhado, mesmo muito antes de me iniciar em competições. Quando chovia, era esse o momento que eu aproveitava para fazer melhores tempos e colocar-me à frente da grelha de partida. Até no ano de 76, com um March 762 de F2, terminei em 2º em Oulton Park numa corrida debaixo de chuva forte. Mas SPA (o circuito antigo…) era impressionante, com as suas curvas tão rápidas (mais de 210 km/h quase sempre) e onde na recta principal o meu Escort RS de 73 foi cronometrado a 280 km/h!!!
Infelizmente nessa prova morreram 3 pilotos (T&C – Peter Joisten, Roger Dubos), mas naquela época não se paravam as corridas, nem saia o “Pace-car”, nem havia “chicanes”. Era a velocidade pura e o risco! Como sempre dizíamos “that`s motor racing”!



T&C – Até que ano participaste em corridas? Fizeste Sport-Prototipos em 74, 75, mas no final dos anos 70 já não se ouvia falar de ti. O que fizeste depois?
JMU – Corri até 1976. Andei em Sport-Prototipos desde 1973 até 1976, fazendo o campeonato Europeu de Sport 2 Litros e o Mundial de Marcas, com Chevron B23, Lola T294 e March 74S.
Em 76 participei no Campeonato Aurora em Inglaterra, com um March 762 de Formula 2, um carro não muito bem preparado e com poucos cavalos para lutar com os carros de Formula 1.
Depois retirei-me do automobilismo e tirei um curso de piloto comercial de aviões, voando durante os 10 anos seguintes. Fui também instrutor de voo e navegação durante 3 anos. Vivi grandes emoções, mas nada comparadas com as da competição automobilística.







T&C – E depois foste para os Estados Unidos…
JMU – Sim. Entre 1994 e 2000 estive como piloto de testes e consultor na Ferrari Maserati de Houston – Texas. O agente local é o Giuseppe Risi, que foi meu director de equipa nos anos 70. Foi outra experiência inesquecível, conduzindo carros destas duas marcas de tanto prestígio, incluindo testes com o Ferrari 333 SP da equipa Risi Competizione (www.risicompetizione.com). Também fui eu que desenhei o stand de Maserati em Houston e também o da Ferrari em Dallas…




T&C – E o que fazes na actualidade? Vens a Espanha com frequência?
JMU – Agora vivo em Manila, Filipinas e estou a preparar a abertura de uma escola de pilotos chamada MIRS (Manila International Racing School), para circuitos e Ralis. Espero que se torne em breve uma realidade. A experiência nunca se esquece, não importa quantos anos passem. Assim, raramente vou a Espanha, até porque tenho a minha família aqui, comigo.


T&C – Para terminar, há uma pergunta que tinha que ser formulada: Nunca pensaste tentar ingressar na Formula 1?
JMU – eu nunca fiz vida de piloto profissional, como deveria ter feito! Por isso tive que retirar-me em 1977, não podendo chegar à Formula 1. Deveria ter conseguido arranjar patrocinadores antes, quando corria, mas nunca o tentei fazer…



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José Maria De Uriarte y Salcedo nasceu em Bilbao em 27 de Março de 1947.


Iniciou-se em competições em 1971, tendo nos dois anos seguintes realizado 7 provas em território português. Em Junho de 1972 esteve presente na Inauguração do Autódromo do Estoril com o seu Ford Escort RS 1600 preparado pela Broadspeed, tendo-se estreado em Portugal com uma prestação discreta.



Em Julho, participou no Circuito de Vila Real, obtendo o 5º lugar, numa prova que terminou já de noite e foi afectada por uma terrível intempérie.


Em Novembro do mesmo ano, iria obter a sua única vitória absoluta em Portugal, quando venceu a prova de Turismo Especial (Grupo 2) no Grande Prémio do ACP, no Autódromo do Estoril. A prova foi integrada numa jornada do Europeu de GT, ganha pelo Porsche Kremer de John Fitzpatrick. A corrida de Grupo 2 foi marcada por um violento acidente do Capri RS, nesse dia alugado por Jorge Pinhol a Klaus Fritzinger. Uriarte, que andou algumas voltas na 2ª posição, passou posteriormente para o comando, tendo depois aguentado essa posição até ao final, apesar da pressão do BMW Schnitzer do português Mário Araújo Cabral. De Uriarte, era na altura, ainda um piloto bastante inexperiente, mas a utilização desde o início da carreira de automóveis potentes e competitivos foi fazendo com que rapidamente se tornasse num piloto respeitado, participando em provas cada vez mais importantes a nível internacional.




Por exemplo, no final de 72 fez as 4 horas de Jarama integrado na equipa oficial da Ford e fazendo equipa com o experiente Andy Rouse.





Em 1973, trocou na Broadspeed o seu Escort por outro do modelo de 73, com um motor BDA com 265 cavalos. Em Julho, voltou ao Circuito de Vila Real e depois de ter obtido a 2ª posição nos treinos atrás do Ford Capri do seu compatriota De Bragation, Uriarte lutou taco-a-taco durante várias voltas com o outro Escort do seu amigo e grande rival Rafael Barrios. Infelizmente, ambos iriam desistir na 11ª volta, amputando o espectáculo para o publico presente e deixando o comando aos dois Alfa GTA 1300 dos irmãos Sá Nogueira.


Na semana seguinte, disputava-se o GP do ACP no Estoril, mas Uriarte não estaria presente pois depois de em Junho ter estado nas “Coupes de Spa” na Bélgica, onde comandou a Classe até 2 litros, dava agora sequência à sua temporada Internacional em Turismos, com uma participação, que não seria feliz, nas 6 Horas de Nurburgring. Saliente-se que nessa competição estava presente toda a “nata” do automobilismo mundial, destacando-se os nomes de John Fitzpatrick, Gerard Larrousse, Niki Lauda, Hans Stuck, Chris Amon (os vencedores, em BMW), e a dupla maravilha da Ford para essa prova: Jackie Stewart e Emerson Fittipaldi! No mês seguinte, juntaria no seu carro os seus compatriotas Zapico e Barrios para outra grande exibição na difícil pista de SPA Francorchamps, mantendo o trio espanhol o comando da Divisão 2 (até 2000 cc) até à 20ª hora, altura em que desistiram por avaria.


Depois de fazer a estreia em Sport Protótipos de 2 Litros nos 1000 Km de SPA (prova ganha pelo Team BIP), num Chevron da Promoto Racing partilhado com Rafael Barrios, Uriarte iria disputar a Temporada Internacional de Angola ao volante do mesmo carro. Depois de evidenciar rapidez e regularidade nas três provas disputadas: com o 2º lugar em Luanda, 6º em Nova Lisboa e 4º em Benguela, De Uriarte iria conquistar o Troféu Angola, reservado ao piloto com mais pontos nas três provas disputadas. No fim desse ano ainda iria estar presente nos 400 km de Barcelona, ao volante do Chevron, tendo nessa prova conduzido com duas costelas partidas, na sequência de um acidente de viação ocorrido em França na semana anterior quando viajava no seu Alfa Romeo 2000 GTV em companhia de Emílio Zapico.
Nas épocas seguintes, De Uriarte iria conduzir os automóveis de 2 Litros em provas do Europeu de Sport e também do Mundial de Marcas, com participações em 1975 em SPA e no Nurburgring.



Em 1976, decidiu passar para os monolugares, dedicando-se ao Campeonato Aurora Shell Sport, uma competição britânica que juntava automóveis de Formula 1 e Formula 2. A pouca competitividade da sua viatura não lhe iria permitir grandes resultados, excepto uma 2ª posição em Oulton Park.


Jose de Uriarte foi também e durante vários anos, piloto de aviões e instrutor de jovens pilotos espanhóis em Jarama...


No final da temporada Internacional de Angola em 73, o jornalista do Motor Augusto Vilela, dizia: “… o jovem e despretensioso José Maria Uriarte veio ver como é um protótipo. Aproveitou Angola para vir aprender um escalão da sua carreira cujo topo será a Formula 1 dentro de pouco tempo…”
Mas tal infelizmente não iria acontecer…


José Maria Uriarte
Intl. Professional Racing Driver


Racing Resume

-Born in Bilbao (Vizcaya), Spain, on March 27, 1947.

1970 and 1971
-Rally and circuit racing in Spain and Portugal, with Lotus Cortina, Lotus Seven, and Ford Escort 1600 TC

1972
- Spanish Touring Car Championship
- European Touring Car Championship (ETCC) with Ford Escort RS Broadspeed Group 2 (245 hp)
- European Sport-Prototype Championship with Chevron B21 and Abarth 2000

1973
- European Touring Car Championship (ETCC) with Ford Escort RS 1800 Broadspeed Group 2 (265 hp)
- Angola Sport-Prototype Championship, winning 1st overall with Chevron B21
- 24 Hours of Le Mans with Chevron B23 (2nd in 2 Liter in qualifying, 17th overall)
- European Sport-Prototype Championship
- World Sport-Prototype Championship

1974 / 1975
- European Sport-Prototype Championship (Lola T294 and Chevron B23)
- World Sport-Prototype Championship with his Lola T294 and March 74S

1976
- English Shell-Sport Formula 5000 Aurora Championship with an F2 March 762

1977
- He retires from car racing, and starts his airplane flying carrier for the next 10 years, been a flying instructor for three years as a Commercial Pilot.

1984 / 1985
- He teaches Spanish racing drivers.

1994 / 2001
- Consultant, Designer and Test Driver for Ferrari of Houston