LOLA T290 - HU2
CHEVROLET VEGA COSWORTH
1972 - Jo Bonnier e Vic Elford
Todas as novidades das minhas provas no Austin Cooper S e no Citroen AX Sport e também imagens e histórias do automobilismo de competição em Portugal.
CAMPEÕES NACIONAIS DE VELOCIDADE - 1972
GRUPO 1 / TURISMO DE SÉRIE - ERNESTO NEVES (CHEVROLET CAMARO Z28)
GRUPO 2 / TURISMO ESPECIAL - MÁRIO GONÇALVES (MINI 1275 GT)
GRUPOS 3,4, E 5 / GRANDE TURISMO E SPORT - AMÉRICO NUNES (PORSCHE 906)
FÓRMULA FORD - ERNESTO NEVES (LOTUS 69 NOVAMOTOR)
FÓRMULA V - MIGUEL LACERDA (AURORA V)
“ A TÁCTICA DE ALAN MANN”…
No Campeonato Europeu de Turismo
de 1964, antes da última corrida a disputar em Monza, a classificação estava
empatada entre o Morris Cooper S 970 oficial de Warwick Banks, o Lotus Cortina
de John Whitmore (ex. piloto BMC da equipa de John Cooper) e o BMW 1800 TI
de Hubert Hahne.
A Táctica
apresentada nessa prova de Monza foi de génio e aventureiro.
O Anglia tinha mais peso que o BMC Cooper S, e menos 5 bhp na preparação que
J. Young da Superspeed tinha elaborado no carro, mas tinha a certeza de
um melhor coeficiente aerodinâmico que o Mini Cooper S.
Na corrida apresentou
uma estratégia fora de série: O Lotus de Whitmore ia fazer de lebre para a vitória
na geral e o segundo Lotus Cortina entregue ao experiente Henry Taylor ia levar
“de boleia” o Anglia de Craft para aproveitar o cone de ar, ou seja o famoso “sliptstream”.
A verdade é que o Anglia funcionava como um “rocket” e já levava uma volta de avanço sob o Warwick Banks, isto tudo contra a revolta de Ken Tyrrel, então o responsável da equipe oficial da BMC no campeonato, que alegava que a estratégia usada era “ilegal e imoral”.
Tudo corria bem para a equipa de A.
Mann, apesar da desistência de “Sir” John Whitmore, o BMW tinha igualmente
partido, quando, na última volta ao fim de 4 horas de corrida, o
Ford Anglia de Chris Craft encosta na berma da pista com falta … de gasolina
(!). Tendo feito uma volta mais que Banks, como não cortou a linha de chegada, a vitória na classe vai para o W. Banks, até merecida pela época que
tinha realizado. Até John Young que liderava Banks no Anglia 1220
para ao ver Craft em problemas, perdendo assim o quarto lugar mas mesmo
assim vencendo a classe dos 1300.
Feitas as contas, no final Warwick
Banks é o campeão Europeu, por isso Whitmore e também o alemão H. Hahne têm de se contentar
com a vitoria de Grupo, e Ken Tyrrell estava exuberante após 3 horas e 55
minutos de sofrimento e protesto…
http://homepage.mac.com/frank_de_jong/Races/1964%20Monza.html
OS MINI COOPER DE ALEXANDRE GUIMARÃES
Entrevista a Alex. Guimarães
Uns dos pilotos com mais épocas de federado, embora ultimamente afastado da modalidade, Alexandre Guimarães fez em 1968 algumas provas do nacional de velocidade ao volante de um MGB Roadster, mas não pôde fugir à regra de um jovem dos anos 60 ou 70 do século passado: Os primeiros automóveis desportivos que possuiu foram obviamente … Mini!
COMO ERAM
AS PROVAS DE PERÍCIA NA ALTURA?
Era normal aos Sábados irmos até ao Estádio de
Lima participar numas provas de perícia que lá se faziam. Havia quase sempre
uma parte em que era necessário travar sem bater no meco, fazer marcha-atrás,
passar numa baliza e continuar. Por isso, desenvolvi para mim e alguns amigos
um acessório específico para a “manete” de velocidades com duas orelhas (tipo
Ford Mustang) para que a marcha atrás não falhasse, já que era esta uma das
manobras onde muita gente perdia tempo precioso.
Segue uma foto do meu primeiro Cooper o “MR-50-
E O SEU
“FAMOSO” TEAM MANCHA, O QUE ERA?
Mais tarde, o mesmo carro fez parte do “Team
Mancha” (que era apenas constituído por mim e pelo o Tó Rui Bacelar Moura…),
tendo sido colocadas na traseira do carro as letras com o símbolo do Mancha
Negra, conhecida figura dos livros do Tio Patinhas da época, mais tarde
retirado das publicações da Editora Abril por ser um bandido simpático e isso
não era pedagógico.
Alem da risca “à carro de competição” no estilo
da época, tinha também uns faróis cor de laranja. Claro que ainda não havia as
sinistras inspecções técnicas, que hoje exigem tudo “homologado”.
SEM
ESQUECER AS AVENTURAS NO AUTOCROSS…
O meu segundo Cooper foi um MK2 de 1971 com o
qual fui, juntamente com mais uns “maduros” da nossa praça, precursor do “Autocross
em terrenos baldios”, conforme fotos que junto feitas em duas “pistas”
diferentes. Era o “IB-48-
E RALLYS?
Também fiz umas provas com o Cooper 1000 de um
bom amigo; o João Paulo Teixeira, irmão do António Henrique Teixeira aquele que
foi o meu chefe de equipa em 2007. Juntos ganhámos um Rally e fizemos um
segundo lugar na pista do Lima, o carro era agora o “MO-77-33”. Este carro
estava já bem “artilhado” e estava equipado com um escape Speedwell.
O QUE
ERAM OS ACESSÓRIOS SPEEDWELL?
Os acessórios Speedwell eram muito apreciados nos
anos 60 pelos amadores dos Mini, que no início se chamavam Austin Seven ou
Morris 850. As diferenças entre ambos eram praticamente só nas grelhas e
emblemas. A nível de amadores não se sabia muito do que se passava lá fora, mas
a Speedwell era representada em Portugal pela A.M. de Almeida (o representante
Morris) com um catálogo em português e algum material para entrega imediata.
Claro que os preços eram quase inacessíveis. Pela minha parte apenas consegui comprar
um escape… O andamento parece que não mudou nada, mas o som esse era tão
especial que até passei a andar sempre com os ventiladores traseiros entreabertos
para ouvir o barulhinho “à Formula 3” que passei a emitir e, já agora, cheirar
também o “perfume a corridas” que umas gotas de Castrol R (ou mesmo óleo de
rícino comprado na drogaria…) misturado na gasolina proporcionavam…
MAIS
TARDE… O BICHINHO FICOU!
Só muito mais tarde voltei aos Cooper`s quando
resolvi coleccionar carros clássicos, mas aí teve mesmo que ser um Cooper S.
Por sorte, em 2005 arranjei um dos poucos Cooper S que nunca tinham entrado em
provas, o “MO-81-
E O SEU
COOPER ERA O ÚNICO NO PORTO?
Claro que não! Naquele tempo ter um Mini ou um
Cooper era uma forma de irreverência, um modo de diferenciação, de afirmação,
de modernidade enfim uma maneira de nos sentirmos livres e activos em oposição
a algum cinzentismo reinante.
Ainda me lembro de que praticamente todos os rapazes do Porto e arredores, tinham Cooper, Cooper S ou mesmo minis artilhados, alguns com a célebre “badge” preta da Speedwell no capot em vez do emblema da marca. Quem me dera reencontrá-los!
E HOJE?
Penso que hoje os Minis continuam a ter um
grande magnetismo. Era uma concepção de motor-caixa, a carroçaria, e a suspensão
totalmente inovadora e mais tarde seguida parcialmente por outras marcas, sem
nunca terem atingido a globalidade de características que se conseguiu num
Mini.
A partir da mecânica mini construíram-se também
uma infinidade de variantes semi-artesanais de passeio ou competição algumas
extraordinariamente felizes como o Unipower (o meu favorito) como o do nosso
companheiro de corridas Rui Sanhudo, um carro que foi na época do Adalberto
Medeiros, ou os Marcos, como os dos não menos aficionados Filipe Nogueira e
Manuel Ferrão, mas foram de facto todos versões baseadas na mecânica Mini.
É também um carro muito seguro, sobretudo tendo
nascido num tempo em que não havia rails de protecção ou airbags e as estradas
eram ladeadas por árvores, mecos, muros, precipícios e as estradas tinham todas
dois sentidos. Eram, e são, conjuntos muito compactos e muito mais agradáveis e
seguros do que parecem…