4 de janeiro de 2017

CARLOS GASPAR TROPHY


No início da época estava nos meus planos a presença no Circuito de Vila Real. No entanto, resolvi prescindir dessa prova, que envolve pelo menos 4 dias (2 de férias) e fica muito cara e em alternativa resolvi participar num evento muito interessante, o Braga Speed Festival.
Este novo meeting, organizado pela Race Ready, incluía uma prova de 50 minutos denominada “Carlos Gaspar Trophy”, uma pequena homenagem a um dos maiores pilotos portugueses dos anos 60 e 70 e por sinal um dos meus favoritos e que tenho o prazer de conhecer pessoalmente.






Colaborei bastante com o organizador do evento, Diogo Ferrão, enviando fotografias e informação sobre a carreira de Gaspar e por isso tive um desconto significativo na inscrição, o que me fez entusiasmar ainda mais por esta competição, pois iria certamente gastar cerca de um terço do que iria despender na prova de Vila Real!
O Sr. Cepeda garantiu-me que o carro aguentaria os 50 minutos, desde que utilizasse a cadência indicada e o único problema que parecia haver era a capacidade do depósito de combustível. De facto o depósito do Mini tem uma capacidade de cerca de 27 litros o que me parecia insuficiente para a totalidade da prova, já que não eram permitidos os reabastecimentos. A solução foi à última hora procurar um depósito maior, o de um Mini dos anos 80, que tem uma capacidade de mais 10 litros.
Através do amigo António Santos, conhecido especialista no restauro de Minis de Arcozelo – VN Gaia, consegui o depósito, o qual foi imediatamente colocado no seu lugar. Foram montados os pneus Yokohama A032 que usei nas provas de 2013 e são os meus pneus de chuva habituais e que faziam com que o meu handicap de paragem a meio da prova fosse igual ao dos carros com pneus Toyo e muito superior aos carros com pneus Dunlop ou Avon Racing. Por acaso achei o meu handicap exagerado, pois os Yokohama de Mini nada têm a ver com os Toyo, têm aliás metade da largura destes, mas não me preocupei com isso.



No dia da prova (que decorria apenas no Domingo) ao sair de casa a minha carrinha Passat estava sem bateria (luz acesa de noite…) e tive que passar tudo para outro carro, que com modernices eletrónicas tinha uma luz avisadora de “serviço imediato” e perdia rendimento. Só me restou a solução de pedir ao meu acompanhante desde Viana do Castelo, Virgílio Costa Ferreira (“Gilinho”) que levasse o carro dele. Assim passamos tudo para o seu Renault Clio, ele próprio quase um Clássico do início dos anos 90, mas que ia trabalhando como um relógio, e fomos ao Porto buscar o Sr. Cepeda para irmos para Braga, a ver se ainda alinhávamos nos treinos cronometrados.
O Gilinho foi sempre na sua toada calma, quase nunca passado a barreira dos 80 km/h (muito abaixo, portanto do desempenho que tinha com as suas Kawasaki nos anos 70, ou com o Datsun 120 Y...), mas sempre confiante na sua condução e dizendo: “calma que chegas a tempo”… e cheguei. Faltavam cerca de 15 minutos para terminar o treino e entrei em pista, ainda deu para fazer 4 voltas e por isso qualificar-me para a prova na 18ª posição!
A prova começava às 15.45 H, mas antes ainda haveria lugar para a homenagem a Carlos Gaspar, com todos os participantes a tirarem fotos com o homenageado e por fim houve uma partida “tipo Le Mans”, com os concorrentes a atravessarem a pista e correrem para os carros para arrancar. Por acaso parti bem e ia em 5º ou 6º lugar, mas infelizmente essa partida era só para os espetáculo e no final dessa volta paramos todos novamente para então sim, fazermos a partida para a volta de aquecimento e partida lançada.






A prova propriamente dita foi encarada com calma, as condições eram más, chovia ainda durante a volta de aquecimento, embora depois tenha parado, e saliente-se que o Cooper S “FL-60-49” nunca tinha realizado uma prova tão longa.
Fui por isso mantendo a minha posição, mantendo à vista outros concorrentes, mas não valia a pena atacar demasiado já que os tempos a perder na paragem obrigatória nas boxes (no meu caso 125 segundos), variavam entre os adversários e a parte final da prova iria por isso ser decisiva. Saliente-se o excelente “trabalho de boxe” e de cronometragem do Gilinho e do Sr. Cepeda, que apesar de discordando entre si sobre o assunto, me deram indicações (mais ou menos) precisas de quando estava cumprido o tempo obrigatório de paragem e podia arrancar …







Até ao final o carro portou-se muito bem e rodando sempre cerca do segundo 47 consegui um honroso 13º posto da geral e 4º entre os concorrentes de 1300 de cilindrada.
Importante também mais uma prova em comum em pista com o meu amigo Rui Sanhudo, uma “luta” que vem desde 2003 quando ambos nos estreamos na mesma prova, o Circuito Centenário do ACP em Vila do Conde.
Foi por isso muito positiva a participação nesta prova. O preço de inscrição foi agradável, o ambiente era fantástico, o carro portou-se lindamente e pude participar na homenagem a um piloto que muito admiro, Carlos Gaspar.
Agora o Mini vai ser revisto, por isso ... até 2017 !




Cumprimentos para todos

JMF