OS COOPER`S DE ALEXANDRE GUIMARÃES
Texto de
JMF e Alex. Guimarães
Talvez o piloto federado mais antigo em actividade, pois fez em 1968 algumas provas do nacional de velocidade ao volante de um MGB Roadster, Alexandre Guimarães não pôde fugir à regra de um jovem dos anos 60 ou 70: Os primeiros automóveis desportivos que possuiu foram obviamente … Minis!
COMO ERAM AS PROVAS DE PERÍCIA NA ALTURA?
Era normal aos Sábados irmos até ao Estádio de
Lima participar numas provas de perícia que lá se faziam. Havia quase sempre
uma parte em que era necessário travar sem bater no meco, fazer marcha-atrás,
passar numa baliza e continuar. Por isso, desenvolvi para mim e alguns amigos
um acessório específico para a “manete” de velocidades com duas orelhas (tipo
Ford Mustang) para que a marcha atrás não falhasse, já que era esta uma das
manobras onde muita gente perdia tempo precioso.
Segue uma foto do meu primeiro Cooper o “MR-50-
E O SEU
“FAMOSO” TEAM MANCHA, O QUE ERA?
Mais tarde, o mesmo carro fez parte do “Team
Mancha” (que era apenas constituído por mim e pelo o Tó Rui Bacelar Moura…),
tendo sido colocadas na traseira do carro as letras com o símbolo do Mancha
Negra, conhecida figura dos livros do Tio Patinhas da época, mais tarde
retirado das publicações da Editora Abril por ser um bandido simpático e isso
não era pedagógico.
Alem da risca “à carro de competição” no estilo
da época, tinha também uns faróis cor de laranja. Claro que ainda não havia as
sinistras inspecções técnicas que hoje exigem tudo “homologado”…
SEM
ESQUECER AS AVENTURAS NO AUTOCROSS…
O meu segundo Cooper foi um MK2 de 1971 com o
qual fui, juntamente com mais uns “maduros” da nossa praça, precursor do “Autocross
em terrenos baldios”, conforme fotos que junto feitas em duas “pistas”
diferentes. Era o “IB-48-
E RALLYS?
Também fiz umas provas com o Cooper 1000 de um bom amigo; o João Paulo Teixeira, irmão do António Henrique Teixeira aquele que foi o meu chefe de equipa em 2007. Juntos ganhámos um Rally e fizemos um segundo lugar na pista do Lima, o carro era agora o “MO-77-33”.
O QUE
ERAM OS ACESSÓRIOS SPEEDWELL?
Os acessórios Speedwell eram muito apreciados nos
anos 60 pelos amadores dos Mini, que no início se chamavam Austin Seven ou
Morris 850. As diferenças entre ambos eram praticamente só nas grelhas e
emblemas.
A nível de amadores não se sabia muito do que se passava lá fora, mas a Speedwell era representada em Portugal pela A.M. de Almeida (o representante Morris) com um catálogo em português e algum material para entrega imediata. Claro que os preços eram quase inacessíveis. Pela minha parte apenas consegui comprar um escape… O andamento parece que não mudou nada, mas o som esse era tão especial que até passei a andar sempre com os ventiladores traseiros entreabertos para ouvir o barulhinho “à Formula 3” que passei a emitir e, já agora, cheirar também o “perfume a corridas” que umas gotas de Castrol R (ou mesmo óleo de rícino comprado na drogaria…) misturado na gasolina proporcionavam…
MAIS
TARDE… O BICHINHO FICOU!
Só muito mais tarde voltei aos Cooper`s quando
resolvi coleccionar carros clássicos, mas aí teve mesmo que ser um Cooper S.
Por sorte, em 2005 arranjei um dos poucos Cooper S que nunca tinham entrado em
provas, o “MO-81-
E O SEU
COOPER ERA O ÚNICO NO PORTO?
Claro que não! Naquele tempo ter um Mini ou um
Cooper era uma forma de irreverência, um modo de diferenciação, de afirmação,
de modernidade enfim uma maneira de nos sentirmos livres e activos em oposição
a algum cinzentismo reinante.
Ainda me lembro de que praticamente todos os rapazes
do Porto e arredores, tinham Cooper, Cooper S ou mesmo minis artilhados, alguns
com a célebre “badge” preta da Speedwell no capot em vez do emblema da marca.
Quem me dera reencontrá-los!
Penso que hoje os Minis continuam a ter um
grande magnetismo. Era uma concepção de motor-caixa, a carroçaria, e a suspensão
totalmente inovadora e mais tarde seguida parcialmente por outras marcas, sem
nunca terem atingido a globalidade de características que se conseguiu num
Mini.
A partir da mecânica mini construíram-se também
uma infinidade de variantes semi-artesanais de passeio ou competição algumas
extraordinariamente felizes como o Unipower (o meu favorito) como o do nosso
companheiro de corridas Rui Sanhudo, ou o Marcos do não menos aficionado Manuel
Ferrão, mas foram de facto realizadas uma infinidade de versões baseadas na
mecânica Mini.
É também um carro muito seguro, sobretudo tendo
nascido num tempo em que não havia rails de protecção ou airbags e as estradas
eram ladeadas por árvores, mecos, muros, precipícios e as estradas tinham todas
dois sentidos. Eram, e são, conjuntos muito compactos e muito mais agradáveis e
seguros do que parecem…