12 de maio de 2006





Grande Prémio Histórico do Porto, Julho de 2005

Espero conseguir em poucas linhas descrever a emoção que foi participar no Circuito da Boavista, mas tal não será fácil.
O carro foi objecto de uma revisão geral antes da prova na oficina do Sr. Cepeda e resolvemos testá-lo em Braga umas semanas antes da prova. Resultado: só demos uma volta à pista pois uma válvula partida fez-nos parar logo ali! Não era bom sinal para o GP Porto. Resolvemos então montar outra cabeça de Cooper S, a que usei nas primeiras provas que fiz, por exemplo em Vila do Conde 2003.
No dia das verificações, quando cheguei ao Porto e parei o carro em frente ao Hotel Sheraton, reparei que … me tinha esquecido da pasta com os documentos!!! Que stress! Telefonei rapidamente para Viana do Castelo e pedi a uma amiga que fosse a minha casa e me trouxesse os documentos para o Porto. Para minha alegria, passados 45 minutos estava ela junto à Exponor com a pasta. Eram 11.15 da manhã. As verificações administrativas terminavam às 12 horas. Felizmente ainda ia a tempo. Obrigado Cristina Maldonado, salvaste-me a vida!
Sexta-feira de manhã, treinos livres. Rodo devagar para “acamar” o material e testar a cabeça que se montou e não se havia testado. O Sr. Cepeda estava ainda mais nervoso do que eu, mas finalmente parecia estar tudo OK.
Sexta de tarde, treinos cronometrados. Melhoro 8 Seg. em relação aos treinos livres, mas continuo a andar com calma para não avariar nem “estragar a lata”. Quero acima de tudo conhecer a pista e qualificar-me entre os 46 e não ter problemas. As corridas vão ter 25 minutos cada, o que é quase uma prova de “resistência”. Rodo o mais tempo possível pois sinto-me bastante destreinado. Já não andava com o Mini há quase nove meses, pois a última vez que o tinha guiado havia sido em Outubro de 2004, no Circuito Braga 4. Põe-se a hipótese de adquirir pneus novos, mas decidimos manter os mesmos que têm ainda bastante piso. Note-se que 2 pneus novos (slicks) para mini custam mais de 400 Euros…
Sábado de tarde, 1ª corrida. Parto em 39º da grelha. Quero chegar ao fim. As minhas últimas 3 corridas de 2004 saldaram-se todas por desilusões, com duas desistências por avaria e uma desclassificação.
Parto com calma e vou rodando de forma regular. Vou vendo alguns carros encostados com a “chapa amolgada” e outros a “fumegar”, o que me dá mais vontade de poupar a mecânica. Quando passo na meta vejo a placa a dizer (faltam) “5 minutos”. Está quase! Pensei eu, pois 200 m à frente na entrada para a Boavista, sinto um “estalo” e o carro foge-me para a direita para a escapatória, ficando sem direcção. Vou até ao final devagar e encosto no parque fechado. Veredicto “semi-eixo partido”!
Depois de alguns contactos a ver se arranjávamos a peça para substituir, os rapazes da PutosMiniracing de António Ruão (que davam assistência a Rogério Moura e Artur Teixeira), desde logo se prontificam a trazer a peça no Domingo de manhã para o Sr. Cepeda poder montar. Assim foi, e ainda tiveram a amabilidade de me oferecer o semi-eixo! Muito obrigado aos amigos PutosMiniracing!
Mesmo andando relativamente devagar (por exemplo o Hilmann IMP passou por mim como uma “bala”…) melhorei 4 Seg. em relação aos tempos dos treinos e decidi arriscar mais na 2ª corrida, embora soubesse que ia ter uma vida difícil já que saia quase do final da grelha.
Partida! Ultrapasso logo alguns concorrentes que já sabia que seriam mais lentos e tento alcançar outros adversários. Passo o Datsun de Luís Clode Moreira e chego-me ao VW Sirocco de Vítor Rodrigues. Passo-o, junto-me ao Volvo Amazon e rodo algumas voltas junto a ele. Na “chicane” da Boavista, quando vamos juntos, há um carro mais rápido que nos quer dobrar. Damos a passagem, mas o Volvo não consegue fazer a curva e vai em frente. Continuo a rodar, mais depressa do que no Sábado e “colo-me” ao Mini de Eduardo Costa. Ele foge-me nitidamente nas rectas, ao que não será estranho o excelente motor de que dispõe. Ainda chego a andar à sua frente na curva para a Av. Da Boavista, mas na recta ele logo me passou. Luto quase até ao fim e que faço a melhor volta na penúltima passagem, a nona. No final vejo que não o consigo passar e abrando, pensando só em terminar.
Resultado final, 18º lugar. Nada mau! Melhoro de novo o meu tempo. Faço menos 8 Seg. do que na 1ª corrida.
Resumindo, foi um fim-de-semana de sonho, comparável ao que vivi em Vila do Conde em 2003 (na minha estreia) e em Jarama em 2004.
E como só somos realmente felizes se os nossos amigos também estiverem bem, quero agradecer aqui a todos os que me ajudaram directa e indirectamente durante o fim de semana do Porto, dos quais queria salientar o Sr. Cepeda, o Paulo Oliveira, Joca Craveiro, pelo apoio de boxe e logístico e também aos que me foram dando “apoio moral” dos quais destaco o Carlos Gilbert, Ricardo Grilo, Sérgio Fonseca, Rui Queirós, Manuel Taboada, Francisco Brito e o KIKO, Augusto José Leitão, Dr.s Edgar e António Miguel Botelho Moniz e também a minha mulher Maria Artur e o meu pai Camilo Freitas, que estiveram sempre entre o público a dar-me força.
Por fim, queria agradecer aos meus patrocinadores, que ajudaram decisivamente para que esta minha participação fosse possível: a Aquaquímica (tratamento de águas), a Laborial (mobiliário de laboratório), a VianaLube (Valvoline), a SinAse (qualidade), e a Telnor (comunicações).
Para Setembro, em Braga, vamos meter um novo colector de escape e um novo escape, mais ajustados ao nosso motor (o carro vai ficar a “cantar” muito melhor…) e à árvore de cames e vamos já utilizar a outra cabeça de motor, com válvulas maiores. Vamos Ver!